terça-feira, 16 de agosto de 2011

Poluição no Brasil [imagens que representam poluição de água,poluição do ar e poluição sonora].

                               Poluição no Brasil



Poluição do Ar




Poluição Sonora





Poluição da Água




                    (Representação de poluições no Brasil)



A coleta de plantas e estudos de adaptação

Entenda como funcionam a coleta de plantas e os estudos sobre adaptação

Testes com níveis de petróleo e etapas de inundação são alguns métodos

 
Globo ecologia: plantas aquáticas (Foto: Divulgação)
Eichhornia crassipes, espécie coletada no Rio
Solimões para pesquisa (Foto: Divulgação/ Aline
Lopes)
As atividades do projeto Adapta, que busca entender os mecanismos de adaptação de diversas espécies de plantas aquáticas, envolvem coletas no campo e ações controladas com as plantas em laboratório, e em um lugar chamado casa de vegetação.

As coletas em campo são feitas nas localidades de ocorrência das espécies, por exemplo, para a seringa-barriguda, o material é recolhido no Rio Negro e no Rio Solimões. Para essa mesma espécie, como os trabalhos são realizados com as plantas bem jovens, nas primeiras semanas ou poucos meses após a germinação, os pesquisadores precisam se certificar de que as plantas são dos diferentes ambientes, as sementes são coletadas nos dois locais, colocadas para germinar, até as plantas se formarem e, com elas, serem feitos diferentes experimentos, testando, por exemplo, níveis de inundação em tanques, ou diferentes sombreamentos, que consistem em colocar telas para reduzir a luz direta do sol e, assim, reproduzir as condições mais escuras do interior da floresta.

Para as plantas aquáticas como a Eichhornia crassipes, a Pistia stratiotes e a Echinochloa polystachya, as coletas são feitas no Rio Solimões, ou em outros rios afluentes de águas brancas (várzeas), pois essas espécies ocorrem apenas nesse sistema. As plantas inteiras são levadas ao laboratório e deixadas por quatro semanas em potes com água para aclimatação. Após essa fase, são adicionados diferentes níveis de concentração de petróleo. Outro método utilizado para a pesquisa é colocar as plantas para crescer em determinadas condições cujos efeitos os pesquisadores desejam testar, como por exemplo, o crescimento ou a fotossíntese. Uma das condições mais comum nos testes é o crescimento das plantas em diferentes condições de inundação: sem inundação, somente a raiz inundada, e a planta inteira dentro da água.
                          

 Pesquisa coloca fungos em condições climáticas previstas para 2100

O objetivo é descobrir se ocorrerão mudanças em sua estrutura genética

 
                                           Globo ecologia: fungos da floresta (Foto: Divulgação)
                                    Espécie de fungo estudada pelo projeto Adapta
                                                         (Foto: Divulgação)
O projeto Adapta, do Instituto de Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), realiza um grande conjunto de estudos com espécies da Região Amazônica, entre elas os fungos, a fim de descobrir, a partir de análises de DNA e RNA, os mecanismos que resultam em
adaptações dessas espécies quando expostas a modificações – naturais ou impostas pelo homem – em seus ambientes. Uma das pesquisas simula o comportamento dos fungos em diferentes condições climáticas.

O Globo Ecologia desta semana foi até o Adapta, na reserva Duke, no estado do Amazonas conhecer os fungos da floresta e sua capacidade de adaptação. Para o seu crescimento, os fungos necessitam de um ambiente em condições especiais: alta umidade, uma temperatura em torno de 32 e 36 graus, e um solo com pH adequado. Essas qualidades são encontradas em algumas florestas do Brasil, principalmente na Amazônia.
                                                 Globo ecologia: fungos da floresta (Foto: Divulgação/ Tiago de Barros)
                                            Sérgio Nozawa conversa com o repórter do Globo
                                               Ecologia, Tiago de Barros, sobre os fungos
                                                   (Foto: Divulgação/ Tiago de Barros)
O pesquisador Sérgio Nozawa se interessou por estudar os fungos desde sua graduação em Químia, em 1992, por conta de sua propriedade de fermentação.“Há 20 anos já trabalhava com fungos porque via as produções de açúcar e álcool e seu o processo fermentativo. A utilização de fungos na transformação de açúcar em etanol me chamou muito a atenção e, por isso, resolvi continuar estudando os fungos”, conta.
                                           Globo: fungos da floresta (Foto: Divulgação)
                                         Outra espécie de fungo estudada pela equipe do
                                                 porjeto Adapta (Foto: Divulgação)
Atualmente, no projeto Adapta, Nozawa investiga, junto com outros pesquisadores, como os organismos (plantas, peixes, invertebrados, fungos e mamíferos aquáticos) se comportam diante de uma modificação ambiental, que pode ser o aumento da temperatura, o aumento da concentração de CO2 ou a construção de uma hidrelétrica. Além de entender as variações sobre os conjuntos de espécies, o Adapta busca saber como cada organismo, isoladamente, nesse caso os fungos, se comporta frente a várias modificações ambientais ao mesmo tempo. A ideia é descobrir se vão se adaptar a estas condições e se, diante delas, haverá mudanças em sua estrutura genética.
No estágio anterior ao atual, o grupo de pesquisa, liderado pela pesquisadora Mônica Nozawa, investigou se os microorganismos do Rio Negro eram os mesmos do Rio Solimões. Os dois rios fazem parte da Floresta Amazônica e têm pHs diferentes. Em virtude disso, têm espécies de peixes distintas, no entanto, possuem espécies de microorganismos, como é o caso de alguns fungos, em comum.
Os pesquisadores identificaram que estes fungos que habitam os dois ambientes têm um potencial biotecnológico muito grande. Um tipo deles, por exemplo, produz polímeros biodegradáveis, substâncias químicas que podem ser convertidos na produção de plásticos biodegradáveis. Outros fungos são degradadores de celulose e conseguem converter o açúcar da madeira em energia, produzindo etanol. Alguns são capazes de produzir antibióticos naturais, denominados peptídeos antimicrobianos. Também produzem uma substância que inativa alguns vírus encontrados em plantas, os micro RNAs. Todas essas características particulares de cada espécie de fungos provam a sua importância no ecossistema do planeta.
O projeto Adapta deseja com a sua pesquisa observar os fungos que usam o açúcar da madeira para a conversão em etanol. O chamado etanol de segunda geração é um bioproduto feito da sobra do bagaço de cana-de-açúcar. Depois de explorada, a cana, que é constituída de fibras de celulose, aparentemente ficava inutilizada. Mas os pesquisadores descobriram que alguns fungos são capazes de consumir essa celulose, extrair dela mais uma quantidade de açúcar e convertê-lo em etanol, que é chamado de segunda geração, justamente por ser reutilizado.
Nozawa e sua equipe fazem a coleta desses fungos e os isolam no laboratório, onde extraem seu DNA e descobrem qual a sua espécie. De acordo com isso, cada uma é identificada e colocada em pequenas salas do projeto, chamadas de microcosmos. Existem quatro salas: uma que simula as condições climáticas atuais da floresta e outras três equipadas para reproduzir diferentes níveis de CO2, temperatura, umidade e luminosidade, todos previstas pelo IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) para o ano de 2100.
Daqui a um ano um ano e meio, vão receber as respostas sobre quais foram as mudanças genéticas em cada uma das condições. Os pesquisadores pretendem saber se elas vão sobreviver ou não, se vão se adaptar e se vão produzir mais ou menos benefícios para a sociedade com antivirais e etanol.
       

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Registro histórico

            Mensagens de candangos são encontradas em obras no prédio da Câmara dos Deputados
      As mensagens são de 1959, um ano antes da inauguração de Brasília, e foram deixadas por operários que trabalharam na construção do Congresso.
Elas falam de amor, de esperança e de sonhos para o futuro do país.

       Mensagens de candangos são encontradas em obras no prédio da Câmara dos Deputados

        O Congresso Nacional é o local de trabalho dos deputados federais e dos senadores. É a sede do poder legislativo federal. E como Brasília já tem 51 anos, nós esquecemos que esses prédios não estiveram sempre ali. Para os mais jovens, nem parece. Mas, no começo, aqueles edifícios eram um sonho.
Era pra consertar um vazamento no teto da Câmara dos Deputados. Quebra daqui, dali e veio a surpresa: “Quando descobriu, as escritas estavam lá embaixo”, conta um homem.
No vão, entre duas lajes, estão mensagens deixadas por candangos, operários que trabalharam na construção do Congresso. As mensagens foram escritas a lápis. Algumas em um pedaço de madeira, outras no concreto. As mensagens são de 1959, um ano antes da inauguração de Brasília. É como se uma cápsula do tempo tivesse sido aberta.
As inscrições falam de amor, de esperança e de sonhos para o futuro do país. Uma delas diz assim: "Se todos os brasileiros fossem dignos de honra e honestidade, teríamos um Brasil bem melhor".
A única assinada afirma: "Que os homens de amanhã, que aqui vierem, tenham compaixão dos nossos filhos e que a lei se cumpra". Foi escrita por José Silva Guerra. O nome dele aparece na folha de ponto de uma construtora arquivada no Museu da Câmara dos Deputados.
São memórias da construção da capital que emocionaram outros candangos. Reinaldo Carvalho Brandão, do Departamento Técnico da Câmara, começou a trabalhar na Câmara como segurança, há 45 anos. “Tem vários erros de português. A gente vê que a escolaridade era baixa, mas o conteúdo era grande”, diz.
O aposentado Claudionor Pedro dos Santos fazia a folha de ponto dos operários. “Saíram aquelas frases de dentro do coração dele, porque o que existia naquela época era humanidade e solidariedade acima de tudo”, destaca.
Para o historiador Ronaldo Costa Couto, as frases soam como um apelo para os políticos de hoje. “Eu acho atualíssima e não deixará de ser atual nunca. É a casa do povo. É a casa dos estados, Senado, Câmara. É ali que o povo está representado”, afirma.
As mensagens foram fotografadas e ficarão no acervo do Museu da Câmara. As originais vão ficar do jeito que foram encontradas. Um tesouro da história do Brasil.